quarta-feira, 9 de julho de 2008

Temos hora para tudo na vida!

IMG_1831 Desde pequeno minha mãe sempre dizia: “Duda, tem hora para tudo na vida...”. Geralmente esse ensinamento vinha aliado a uma lição de moral por eu não estar fazendo meu dever de casa ou estudando como deveria. Por mais que geralmente esse sermão fosse orientado aos meus estudos, onde de vez em quando, infelizmente, eu tinha que abrir mão da brincadeira ou da farra para estudar, tenho levado esse ensinamento para praticamente tudo na vida.

Desde as coisas mais insignificantes ou rotineiras, às mais complexas, tudo tem o seu tempo para acontecer. Temos hora para nos alimentar, para trabalhar, para brincar com nossos filhos, para dar risadas com os amigos. Assim como também temos para ter filho, para mudar de país, para mudar de emprego. A seqüência de acontecimentos é um processo natural e cabe a nós segui-lo ou sofrer as conseqüências de não respeitá-lo.

Tenho um grande amigo que era polêmico por natureza, e com ele não poderia ser diferente: Rapha meu amigo, agora não era hora de nos deixar!

sábado, 5 de julho de 2008

Nova colaboradora

Olá pessoal,

A partir de hoje a Ana Paula também estará colaborando com o blog. Com sua ajuda poderemos trazer novos temas sobre essa nossa experiencia de vida aqui na Austrália.

Abraço!

Eduardo

Alimentação

Nessas duas semanas de Austrália percebi que temos muitas variedades de alimentos, atendendo a todos os gostos. Tanto temos variedade de alimentos saudáveis como de alimentos não-saudáveis, no supermercado encontramos muitas variedades de pães, queijos, molhos, cereais, sorvetes, biscoitos, iogurtes, barras de cereais, sementes, embutidos, carnes, frutas e verduras, muitos desses alimentos são vendidos em tamanho “valued pack", com preço mais acessível, dessa forma nos deparamos com iogurtes, cereais, chocolates, chips e biscoitos no quilo. As frutas e verduras são um capítulo à parte, fiquei encantada com as cores e formas de todas elas, de tão perfeitas parecem artificiais, desconfio que sejam todas geneticamente modificadas, até porque demoram a estragarem, mas também pode ser por causa do clima que favorece a conservação.

Fruits Algumas frutas ainda não encontrei por aqui, e provavelmente não encontrarei nunca, como a manga, maracujá e o mamão papaya. Já encontrei o mamão formosa, comprei por AUD 7.00 (o Eduardo quase me mata). Em compensação encontrei morango, kiwi, melão, melancia, uva, pêra, maçã, tangerina e laranja maravilhosas, tudo muito gostoso e colorido! Outro dia fiz uma salada de frutas de matar os adeptos da alimentação saudável de inveja, ficou tão linda que fiquei com vontade de bater uma foto.

Ainda fico meio perdida no supermercado com tanta variedade, já comprei alimentos achando que era outra coisa, que foram parar no lixo, como um biscoito lindo que parecia de chocolate e na verdade era de ginsen, que ardia muito na boca. Também teve um chá em uma bela embalagem, que eu achava que era um chá verde em sache e era um chá preto em pó. Estou optando pelos alimentos mais básicos no inicio, e para ir me adaptando aos poucos com as novidades.

Além da variedade, os alimentos são muito gostosos e de qualidade, e possuem preços bem acessíveis. É verdade que as frutas e verduras custam um pouco mais caro, mas não tão caro que nos impeça de comprar em quantidade e variedade. O ideal é optar pelas de menor preço, como as peras e maçãs por exemplo. Há também muitas opções de carne, frango e peixe, tudo já limpo e cortado. A sobrecoxa, por exemplo, já vem desossada.

A opção de comer fora é boa quando se está em dois, em quatro pessoas como é o nosso caso, fica muito caro, principalmente se a opção for os alimentos saudáveis, que é bem mais caro que os “junk foods” de plantão em toda esquina. Suco natural é caro e ralo, está longe do suco do Marieta. Uma boa opção são as comidas japonesas e chinesas, mata a vontade de comer comida quente de vez em quando.

Estamos iniciando na cozinha aos poucos, a cada dia fazemos um prato diferente para o jantar, de preferência macarrão. A vida por aqui é muito prática, optamos por comidas simples e rápidas, e se possível que não sujem muita louça. Tudo bem que temos máquina de lavar louça, mas se for utilizar muitas panelas, com certeza não vão caber tudo na máquina.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Dez dias de muita emoção

Após dez dias da chegada da minha família na Austrália, posso dizer que a mudança está concluída, mas a imigração não. Esses dez dias iniciais foram uma boa amostra do que iremos vivenciar nos próximos meses: emoções atrás de emoções.

Excitação, empolgação, insegurança, saudades, felicidade, tristeza... todos os sentimentos estiveram presentes em nosso dia-a-dia até agora, variando apenas de pessoa para pessoa, de momento para momento.

O meu estado emocional desde a chegada deles não tem variado muito, no máximo varia entre a euforia de quando estou com eles e a ansiedade de voltar logo para casa durante o trabalho. Quando estou com eles o sentimento não podia ser melhor, quando estou sem eles, no trabalho, não vejo a hora de correr de volta para casa para curtir um pouquinho mais da vida em família. Por mais que eu passe todo o meu tempo livre com eles, ele nunca é suficiente.

A situação não muda muito quando falamos do meu pequenininho. Ele está sempre feliz. Assim como tudo que acontece na vida de uma criança de seis anos, até agora tudo tem sido festa. Ele está adorando as pequenas diferenças, gosta de ver os carros bonitos, gostou de ter uma nova casa, um novo quarto, um novo carro. Todo novo objeto é motivo para brincadeira e festa. Até esse momento ele tem reclamado muito pouco, foram poucas as vezes que ele disse que tinha saudades, e, na maioria das vezes ela estava relacionada a falta dos seus amiginhos ou priminhas.

Não posso dizer o mesmo das mulheres da casa. No caso delas, existem mais oscilações entre sentimentos positivos e negativos. Não que elas não estejam gostando ou infelizes, mas sentimentos como insegurança, no caso da minha esposa, ou saudades, no caso da minha filha, se fazem presentes com certa freqüência.

No caso da minha esposa, diferentemente do que acontece com as crianças, a novidade nem sempre é festa. É ruim para ela, por exemplo, ir ao supermercado e ver vários produtos diferentes, numa variedade absurda e num idioma que ela conhece pouco. Não é tão fácil ter que se virar durante a maior parte do dia com duas crianças nas costas numa cidade completamente desconhecida. O tempo que passei só aqui fora muito mais fácil, pois onde quer que eu estivesse ou fosse, a única preocupação era comigo mesmo. Não havia problema nenhum, por exemplo, em eu ficar perdido por duas horas antes de achar o caminho de casa.

Já para minha filha a realidade daqui é bem diferente do que ela vivenciava no Brasil. Enquanto estava por lá, aos treze, seu maior prazer era estar no meio da molecada, fazendo festa, comentando as últimas novidades da turma, indo para as festinhas e curtindo seus paqueras. De uma hora para outra essa realidade mudou, não mudou para algo pior, mas mudou para algo que ela já tinha no Brasil, vida em família. Até agora para ela, fora a beleza do lugar, a organização e sensação de segurança, algo que um adolescente não valoriza tanto, foram poucas as coisas que esse país veio a agregar.

Tanto no caso dela como o da minha esposa, os maiores benefícios devem vir no médio prazo, com o passar dos meses e com o processo de adaptação concluído. Mas, mais uma vez, não posso dizer que elas estão tristes ou insatisfeitas, pelo contrário! Por mais trabalhosos que tenham sido esses dez dias iniciais, a chegada por aqui aliada a construção de uma nova vida tem sido bem empolgante para todos nós. Ainda é cedo para dizer qual será o resultado dessa experiência, mas posso dizer que até agora tudo tem estado dentro do esperado. Por mais que saibamos que não podemos planejar emoções e comportamentos, sabemos que esses momentos de conflitos estarão presentes durante toda a nossa estadia por aqui, seja ela de seis meses, um ou dez anos.