quarta-feira, 12 de março de 2008

Freakin’ post

Hoje tive uma aula de inglês diferente. Por fazer aulas sozinho, acabo sendo privilegiado em alguns aspectos. Além de marcar as aulas nos dias e horários que me são mais convenientes, tenho a possibilidade de, em determinados dias, seja por minha vontade ou do professor, simplesmente termos aulas que fogem do script previsto. Hoje foi assim, dedicamos a maior parte da aula para falar sobre palavrões e as melhores formas de evitá-los.

Um dos palavrões mais fortes da língua inglesa é o Fuck. Diferentemente do que vemos nos filmes, o uso dessa palavra nos fuck you EUA, é considerado extremamente pesado para as mais diversas situações. Nos filmes, é normal vermos o uso dela antes de cada substantivo, é fuck para tudo que é lado. Fuckin’ mouse, fuckin’ keybord, fuckin’ blog, fuck everything!! Já na vida real, você será visto com extrema repulsa se usar essa palavra no dia-a-dia. É até aceitável utilizar essa palavra, mas só se você estiver em uma situação extrema, um acidente, roubo, tiroteio etc. Se numa dessas você gritar: “THEY’RE FUCKIN’ SHOOTING AT US!” todos saberão o contexto e entenderão que o momento exigia algo “à altura”. Mas se você está no supermercado, pega uma laranja podre e fala “this fuckin’ orange is rotted!”, eles vão olhar para a sua cara e achar que você é um escroto. O mesmo vale para outros palavrões bem comuns, tais como “ass”, “shit” e “damn”.

O pior é que os filmes acabam nos influenciando ao uso constante desses palavrões. Por diversas vezes já me vi pensando e elaborando frases com fuckin’ no meio. Para evitar ser visto como um escroto, você pode usar diversas palavras que são similares aos palavrões. Falar fuck não pode, já freak pode. No supermercado então não fale “fuckin’ orange” fale “freakin’ orange" e está tudo resolvido. O mesmo vale para “damn”. Ao invés de usá-lo, use “dang”. “This damn car is not working” não pode, agora: “This dang car is not working” pode. Para “ass” é mais simples, basta usar “A”. Não fale “fuckin’ ass” fale “freakin’ A”. E para “shit” use “crap”.

O mais engraçado de tudo isso é que, o significado não tem a menor importância, o que vale é a palavra que usamos para chegar até ele. O uso de uma palavra completamente similar a um palavrão, com a mesma entonação e significado é aceitável, mude duas ou três letras e mantenha o que você quer dizer, que você põe tudo a perder. Mandar alguém para a puta-que-pariu é uma coisa, mandá-lo para a ponte-que-partiu é outra! Imagine só a situação: Você está em um jantar de família, comemorando os 90 anos da sua vovozinha, todos reunidos à mesa, quando você levanta e diz: “com licença que preciso ir ao toalete”. Perfeitamente normal. Todos continuam a comer tranquilamente, como se nada tivesse acontecido. Agora, ao invés de dizer isso você fala: “com licença que preciso dar uma cagada”. Sua tia logo grita: “ai que horror! Que menino mal educado”, seu priminho pentelho começa a rir e reproduzir a cena espremendo purê de batata pela boca, a sua priminha patricinha faz cara de nojo e começa a vomitar em tudo... Olha a confusão!

O legal do palavrão é que ele traduz de forma direta todo o seu sentimento, e por incrível que pareça, ele possui até um efeito anestésico! Uma coisa é você pisar em um prego e dizer: “ai ai ai ai meu pé!”, outra coisa é você encher o peito e soltar “puta-que-pariu caralho! prego filho da puta da porra!!!”. É como 50% da dor fosse embora de uma hora pra outra, a sensação de alívio é muito maior!

cursingNo final, para mim “freakin’ orange” acaba sendo a mesma coisa que “fuckin’ orange”, assim como “dang car” é a mesma coisa que “damn car”. A mensagem é a mesma, o importante é a forma usada para passar o que você deseja. Essa forma irá sempre variar conforme o contexto no qual você está inserido. Não me imagino dizendo a uma freira: “shut the fuck up”, já para o meu priminho pentelho do exemplo acima....

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