segunda-feira, 28 de abril de 2008

Chegou a hora

São três anos de espera. Durante esse período foram várias fases, momentos de curiosidade, empolgação, completo esquecimento, insegurança e decisão. Após tanto tempo, apenas uma sensação nunca esteve ausente: a vontade de ir. Ela podia até variar, tendo momentos de maior ou menor intensidade, mas ela sempre esteve lá.

Os últimos quinze dias antes da partida foram totalmente estranhos para mim. Durante esse tempo parece que fiquei no limbo, não estava no Brasil e também não estava na Austrália. Eu estava indo ao trabalho, mas não estava trabalhando. Onde quer que eu estivesse, fisicamente eu até poderia estar no local, mas minha mente não. É como se eu estivesse dormente, não senti ansiedade, não fiquei triste por estar deixando minha família e amigos, não tive a menor insegurança ao abandonar o ambiente de trabalho que passei os últimos sete anos.

A situação muda um pouco nos últimos dias, pois embora a sensação de dormência continue, as milhões de pequenas coisas que ficam para a última hora tomam totalmente seu dia, te trazendo um pouco de volta ao Brasil para que tudo possa ser resolvido. “Ah! Só vou resolver isso na semana que vem!” Nessa hora essa frase não existe mais! Não haverá semana que vem! Pelo menos não no Brasil. A possibilidade de postergar tudo aquilo que você odeia fazer deixa de existir, daí, para os últimos dias você acaba tendo que, além de preparar as coisas para a viagem, resolver tudo aquilo que você vinha empurrando com a barriga há um bom tempo.

Para os que estão em situação semelhante, sugiro que não se esqueçam de alguns pontos importantes para esse preparativo:

  • Definir como será sua estratégia de levar dinheiro para a viagem. Nesse caso vejo três opções: (a) Levar dinheiro vivo, nesse caso, se quiser comprar direto dólar australiano, descubra quem vende e reserve com antecedência o montante que deseja levar. (b) Abrir uma conta em um banco que opere na Austrália. Sei que o HSBC opera por lá. (c) Compre travel checks ou opte por suas versões eletrônicas como o Visa Travel Money. Você deposita no Brasil o valor em real, que é automaticamente convertido em dólar americano para que você possa sacar onde estiver em moeda local.
  • Deixe uma ou mais procurações para as pessoas que vão ficar no Brasil resolvendo seus problemas. Existem vários tipos de procuração, e exigências específicas para cada finalidade. Por exemplo: Se você tem conta na Caixa Econômica, eles exigem que a procuração contenha especificamente “movimentar a conta numero XXX na Caixa Econômica Federal”. Entenda também quais os poderes você quer delegar para o outorgado.
  • Obter referências bancárias do seu banco. Isso pode ajudar na hora de abrir contas em bancos locais ou pegar empréstimos de qualquer natureza.
  • Obter uma declaração do Detran que você possui habilitação a mais de cinco anos. Isso ajuda na hora de conseguir a carteira na Austrália (esqueci desse ponto!).
  • Obter a autorização de viagem de seus filhos. No caso do da ida antecipada do aplicante principal, será necessário deixar uma autorização de viagem para seu esposa(o) poder sair com seus filhos do Brasil. O modelo tem que seguir ao determinado pelo Ministério da Infância e Juventude e tem que ter algumas informações obrigatórias, como dados do pai, mãe e criança (RG, CPG, Passaporte, endereço, etc.), data de validade, foto da criança (entendo que pode ser a cópia do passaporte anexada. Também fica mais seguro que a autorização seja com firma reconhecida.
  • Vacinação contra febre amarela e obtenção do certificado de vacinação dada pela Anvisa.

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