domingo, 19 de outubro de 2008

Índice de prosperidade mundial

Essa semana foi divulgado o resultado de um estudo que identifica o nível de prosperidade de 104 países. Diferentemente da maioria dos estudos de qualidade de vida, que definem o resultado de cada país através de indicadores tangíveis como renda, saúde, educação, segurança, etc. esse estudo se diferencia em três formas:

Primeiro porque, segundo eles, a prosperidade é reimagesultado não só da riqueza, mas também da satisfação com a vida. Isto é, para eles, saber que determinado país possui ensino de qualidade não é suficiente, o que importa é que o ensino seja de qualidade e acessível a todos. Devido a essa abordagem, além dos indicadores padrão, vemos índices interessantes, tais como: tempo para lazer, vida em família e comunidade, liberdade de escolha, ambiente agradável, etc.

Segundo a Legatum, instituição responsável pela realização do estudo, essa abordagem tem como diferencial a demonstração das causas da prosperidade, e não os seus resultados. A partir da elaboração de uma visão mais holística de cada país, o estudo consegue evidenciar os fatores que promovem a competitividade econômica e a habitabilidade de cada país, demonstrando assim, as forças e restrições de cada um, e sua conseqüente condição de prosperar.

Além disso, o estudo demonstra claramente que tanto o governo como os indivíduos, são diretamente responsáveis por promover a prosperidade. O estudo evidencia que o governo por si só não consegue criar ou direcionar a prosperidade, mas sim encorajá-la através de políticas bem estruturadas. Os indivíduos por sua vez, têm o papel de assumir responsabilidades pela busca de desafios e oportunidades, que, acompanhadas pela liberdade de escolha, proporcionam a prosperidade nacional.

O interessante desse estudo para nós imigrantes, não é saber que a Austrália foi honrada com a primeira colocação, mas sim evidenciar um dos motivos que faz com que famílias como a minha, tenham que se mudar para o outro lado do mundo na busca de uma nova vida. O gráfico abaixo demonstra uma comparação entre os resultados do Brasil e Austrália:

prosperidade au vs br

É curioso observarmos os contrastes dos resultados alcançados pelos dois países. O mais interessante ainda, é ler esse gráfico e visualizar com bastante facilidade, tudo aquilo que viemos buscar contra o que nos fez partir. De um lado vemos a Austrália com excelente nível de governança, capital investido, inovação, educação e renda, de outro vemos o Brasil no negativo. Além disso, notamos que, para quem como nós, valoriza itens como vida em família, tempo para lazer, ambiente agradável, etc. a Australia se apresenta como um país bem mais adequado para se viver que o Brasil, visto o nossos péssimos resultados nessas áreas.

Notem, o propósito deste post não é falar mal do Brasil, mas sim trazer uma visão analítica dos motivos que levam nosso país a perder a série de jovens talentos que tem perdido. Ao contrário do que muitos devem pensar, o perfil dos brasileiros que moram aqui como residentes permanentes, não é o de fracassados que não conseguiam manter uma boa vida no Brasil. A maioria dos que estão aqui, não só tinham uma excelente condição em nosso país, como também vieram muito bem estruturados para montar uma nova vida por aqui.

Infelizmente, hoje no Brasil, nem governo nem indivíduos estão cumprindo o seu papel. De um lado vemos poucos tentando lutar e fazer a diferença através da mudança de conceitos e exemplos. Do outro vemos os que foram ou estão indo embora, não por não amar o seu país, mas por terem outras motivações, como no meu caso, a criação dos meus filhos. Nessa hora ponderamos o nosso patriotismo contra nossos valores e amor pelos nossos filhos, eu fiquei com a segunda opção.

Para mais informações sobre o estudo visite: http://www.prosperity.com/ranking.aspx

Um comentário:

Junior disse...

Olá Eduardo e Ana Paula, fiquei muito feliz em ver que retomaram o blog, estava curioso sobre como estão se adaptando. Também sou um jovem pai e tenho muito em comum com o modo de pensarem, morei 2 anos na Inglaterra antes de casar e agora morando no Brasil novamente a quase 3 anos tenho pensado muito na possibilidade de me mudar para Austrália. Ler a história de vocês me ajuda a ponderar o que é melhor para a vida da minha familia. Um abraço,

Maurício Junior