quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Once you’re skydiver you’re always a skydiver

tr Existem poucas coisas na vida que você nasce sabendo que tem que fazer, saltar de um avião com um pára-quedas nas costas foi uma delas para mim. Embora todos já tenham visto várias cenas de pára-quedismo em filmes de ação ou em programas de esportes radicais, poucos são os que realmente têm noção do que trata o esporte. Não é por menos, como vou exigir que um pobre mortal tenha idéia do que é se jogar em um vazio de quatro quilômetros, com um sorriso no rosto e rezando para que esse momento dure o máximo possível? Vocês dirão: “Você é louco!”. Sou sim, e quem não é?

A verdade é que você precisa se tornar um pára-quedista para realmente ter idéia do que se passa nesse mundo. Quem está de fora geralmente tem uma visão míope dos acontecimentos e se limita a perguntar: você pagou 100 reais por 60 segundos de salto?

Skydiving é muito mais que isso. Muito mais que sessenta segundos de queda. É já acordar “adrenado” só de saber que vai saltar naquele dia; é andar nas ruas sempre procurando eventuais áreas de pouso; é sentar na saída de emergência de um vôo comercial e ficar imaginado o que aconteceria se você abrisse aquela portinha; é chegar na área e dobrar o seu pára-quedas, tirando sarro com a dobragem dos outros, brincando com os “mondrongos“ que neguinho soca dentro das bolsas; é ver o coração disparar só em começar a se equipar para o salto, e, segurá-lo para não sair pela boca ao ver que o avião entrou na reta final de lançamento; é ouvir a explosão do vento ao colocar a cabeça para fora do avião; é superar as leis da física voando e fazendo formações durante a queda livre; é olhar para cima e ver um repolho de tecido contorcido se transformar na asa que o levará com segurança até o chão...

Muito mais do que para simplesmente cair, usamos nossos sesfreeflysenta segundos de queda para fazer explodir toda a adrenalina e emoção que guardamos nos momentos antecedentes ao salto, aproveitamos essa hora para compartilhar com nossos amigos a indescritível sensação de voar, usamos esse momento para extravasar nossa euforia, esquecer que nascemos só para andar e correr e assim, desafiamos os limites de nossa capacidade humana. 

Mas são só sessenta segundos de salto? Cronologicamente sim, mas infelizmente não podemos medir a intensidade do momento, não podemos demonstrar que esses segundos são na verdade imensuráveis, pois eles não ficam conosco somente na hora do salto, mas também durante os debriefings, durante nossas conversas, e, principalmente, durante os diversos momentos que temos ao sonhar sucessivamente com nosso feito, com nosso prazer de sermos skydivers.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Por quê Austrália?

Sempre tive vontade de morar no exterior com minha família. Embora eu já tenha tido uma experiência em 1995, onde passei cinco meses nos Estados Unidos, esta não foi suficiente. Na época, com dezessete anos, eu não tinha a visão e maturidade que tenho hoje, o que fez com que na prática essa experiência servisse apenas para o aprendizado da língua inglesa e desenvolvimento da minha independência enquanto jovem.

Considero que, para se ter uma experiência em um país de primeiro mundo, é necessário explorar mais sua cultura, civilidade, modo de vida e também usufruir dos serviços e infra-estrutura, o que não aconteceu em 95. Na época, minha experiência ficou limitada a realidade da escola de segundo grau que estudei, a minha família “adotiva” e aos pouquíssimos amigos que consegui fazer.

Para que eu pudesse então dar continuidade a busca por essa experiência, seria necessário identificar os países que possuem processos de imigração acessíveis para pessoas como eu, que não tem praticamente nada a oferecer além da minha qualificação profissional. Não sou favorável a emigrar ilegalmente e trabalhar em sub-empregos, pois chegamos em um momento na vida que não há mais disposição para lavar pratos e entregar pizza como meio de vida. A única situação em que consigo imaginar esse tipo de experiência é durante a fase em que se está na faculdade ou antes de entrar nela. Até esse momento você ainda não constituiu família, está apenas iniciando sua carreira e não tem nada a perder, pelo contrário.

Bom, dentro dos países que tem algum tipo de programa de imigração ou facilidade para disponibilizar visto de trabalho, vi que tinha as seguintes opções: Canadá, um dos mais conhecidos por ter esse tipo de política; Irlanda, que nunca me encantou; e Austrália, que é do outro lado do mundo.

Na época, o país que mais chamou minha atenção foi o Canadá, pois é conhecido por seu alto padrão de qualidade de vida, sistema de ensino e saúde impecáveis, custo de vida razoável e um mercado de trabalho razoavelmente aquecido. Embora seja uma excelente opção, meu interesse por lá não durou muito. O principal motivo pela desistência foi o clima. Embora eu saiba que ter frio na maior parte do ano, não quer dizer que você passe frio, pois em todos os lugares há aquecimento artificial, não consigo imaginar eu e minha família vivnedo uma vida “indoor”. Aqui em Fortaleza, praticamente todas as nossas atividades de lazer são realizadas em ambientes abertos, praias, parques, o sítio dos meus pais. Eu simplesmente não conseguiria ver meus filhos seis meses sem sair de casa, jogando videogame, acessando a internet, dormindo...

Descobri a opção Austrália por acaso, enquanto navegava na internet. Não lembro bem o que estava acessando, só sei que caí em um link de um site que faz sua avaliação on-line para ver se você é elegível ou não para emigrar para lá e... Bingo! Consegui obter com facilidade a pontuação mínima! Daí em diante foi só pesquisa, me cadastrei em um site (migrationexpert.com) que dá todo o passo-a-passo do processo, comecei a pesquisar mais sobre o país e vi que, embora houvesse o problema da distância, seria a melhor opção para se emigrar.

Além das características de um país de primeiro mundo, o que mais chamou minha atenção lá foi a similaridade com o Brasil em uma série de aspectos. A Austrália é um país formado por imigrantes, é jovem, possui belezas naturais incríveis, muitas praias e verde, além de ser tropical. Eles possuem também um cenário econômico muito bom, o que faz com que o mercado de trabalho esteja aquecido, facilitando a busca por empregos. Vejo que, de uma maneira geral, é um país completo e que proporciona boas condições para uma imigração mais tranqüila, pelo menos para minha mulher e filhos, que poderão manter um estilo de vida muito semelhante ao que temos aqui no Brasil.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Minha novela favorita

  Odeio novela. Embora eu adore assistir televisão, minha atenção geralmente é dada a filmes, documentários e telejornais. Novela não. Mas teve uma novela que vi que achei mais divertida que a grande maioria dos filmes e documentários que já assisti. Ela se chamava CPMI dos Correios. Nunca achei que a teledramaturgia brasilfernanda montenegroeira fosse tão boa, não só pela originalidade do roteiro, mas pela capacidade de interpretação de nossos atores. Que Rodrigo Santoro e Fernanda Montenegro que nada! Meus atores favoritos são ACM Neto e Heloísa Helena! Não acompanhei o Emmy ou Globo de Ouro da época, alguém sabe se ganhamos algum prêmio?

Ao contrário de nossas novelas, que possuem roteiro estático que se repete ao longo dos anos, a CPMI era completamente dinâmica. Todos os dias tinham fatos novos e reviravoltas que prendiam a atenção do telespectador. Os melhores episódios eram os das segundas-feiras, principalmente após as publicações de Veja nos finais de semana, que deixavam os capítulos mais emocionantes. Conseguimos em um único roteiro associar os gêneros de comédia, drama, aventura e policial. Suspense não, pois o único defeito dessa novela é que sempre soubemos do final, mesmo antes dela começar.

Estão prometendo uma nova temporada dessa novela, agora parece que vai se chamar CPI dos Cartões. Não tenho dúvida da qualidade dos nossos atores. Acho que será mais um show de atuação. Eu, que costumo escolher filme só pelos atores, com certeza irei assistir todos os episódios. Não sei se o roteiro será tão  duda mendoncabom. O formato já está muito batido. Os brasileiros não agüentam mais assistir sempre o mesmo final. Meu filho consegue assistir os mesmos desenhos quinhentas vezes, já eu, não tenho esse dom. Acho que eu gostaria muito de ter essa capacidade, eu seria muito mais feliz assim. Simplesmente me alienaria, ficaria dando replay, rindo diversas vezes das ironias do Demóstenes Torres, me emocionando com as “virtudes” do Roberto Jeferson, chorando com o sofrimento do Duda Mendonça.

Com roteiro bom ou ruim eu vou assistir. Nessa nova temporada já temos verdadeiras promessas. Mal posso esperar o episódio com o depoimento da Matilde Ribeiro e suas explicações de como o racismo Brasileiro, e não o uso indevido do cartão corporativo do governo, a derrubou do posto de Secretária Especial da Igualdade Racial. Também vou adorar ver a cena em que nosso Ministro dos Esportes, Orlando Silva Jr, mostra como foi bondoso ao devolver dinheiro público gasto com tapiocas e hospedagem da sua família no Rio de Janeiro.

 vale a pena ver de novoÉ só uma pena saber que o final será o mesmo de sempre. Precisamos inovar, sermos mais criativos, deixarmos os mocinhos vencerem de vez em quando, pois não sei até quando somente grandes atuações serão suficientes para prender minha atenção. Enquanto isso vou dando replay, me contentando com as novas revelações da dramaturgia brasileira.

Vosso excelentíssimo Sr. Luiz Inácio Lula da Silva

Existem poucas coisas na vida que me arrependo. Sou o tipo de pessoa que assume com muita facilidade os erros cometidos no passado, mas isso não quer dizer que eu me arrependa com freqüência de tê-los cometido. Acho que errar faz parte da vida, quem não erra não vive. Errar faz parte do nosso desenvolvimento enquanto pessoa. Até mesmo pelo fato de sermos humanos e estarmos sujeitos a pressões, ansiedades, explosões, etc. Quem nunca na vida perdeu a cabeça e mandou uma pessoa amada para puta-que-o-pariu? Quem nunca fez isso mesmo estando errado?

Mas existem erros que não tenho como não me arrepender. Votar no Lula em 2002 foi um deles. Não sei onde estava com a cabeça. Não posso nem inventar a vosso excelentissimo luladesculpa que estava bêbado no dia, pois além de eu não beber, a lei seca proíbe que compremos bebida alcoólica no dia da eleição. Não sei para quê criaram essa lei, ela poderia servir como desculpa para o que todos nós brasileiros fazemos em todas as eleições: Merda. Já que é para fazer cagada, vamos pelo menos fazer isso com diversão! Para esse dia especial nada melhor do que vodka, ela é rápida e dá crise de amnésia. Pelo menos assim a gente não lembra o que fez ao entrar na cabine de votação.

Voltando ao Lula: simplesmente não consigo entender o que passa na cabeça dele. Num dia diz que o Zé Dirceu é de sua extrema confiança, no dia seguinte, que se sentiu traído por ele. Num dia diz que não haverá aumento de impostos para contrapor a CPMF, no outro, seu novo homem de confiança anuncia o aumento do IOF e CSLL. Hoje ele veio com o discurso que fazer compras pessoais no cartão corporativo do governo não é crime. O que passa na cabeça dele? Acho que ele não mora no mesmo país que eu! Que ele não fala português todos nós já sabemos, mas como presidente, ele deveria saber ao menos se comunicar! Saber transmitir suas idéias e padrões éticos que, segundo ele, não podem ser questionados por nenhum brasileiro.

Para ele, usar dinheiro público para benefício próprio não é cometer crime, mas sim falha administrativa. De uma hora para outra senti como se todos os nossos problemas tivessem sido resolvidos. Perfeito! Agora podemos afirmar que não temos um país de políticos ladrões, mas sim um país de incompetentes! Não é muito mais fácil assim? Aqui ninguém rouba, aqui cometemos falhas administrativas. Vamos abolir as CPIs e criar MBAs para nossos administradores públicos!

O mais legal nessa história toda é que, após afirmar que uso de cartão corporativo em benefício próprio não é crime, ele foi aplaudido pela platéia que o ovacionou e cantou: “olê olê, olá, Lula, Lula!”. Mas não era dia de eleição, não havia lei seca, então posso concluir que estavam todos bêbados. Vai uma vodka ai?

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Na busca de empregos

Visto aprovado! Agora é só aplicar para algumas das centenas de oportunidades de emprego disponíveis nos sites de recrutamento e seleção e aguardar alguns dias para ser chamado para as entrevistas. Eles têm uma carência muito grande mão-de-obra, então com certeza irão agendar entrevistas por telefone e no máximo em um mês, estarei de malas prontas para ir a Austrália.

Esta era minha expectativa logo que recebi a notícia da aprovação do visto no final do ano. Logo no primeiro dia após a aplicação para as oportunidades de emprego, recebi diversos feedbacks, cheguei inclusive a receber uma ligação de uma empresa, mas pude perceber depois de duas semanas que o negócio não seria tão fácil assim.

Atuo como Gerente de Serviços de TI, sendo também muito bem qualificado na área de Gerenciamento de Projetos de Infra-estrutura de TI. Embora o inglês não seja minha primeira língua, me considero fluente, pois entendo 99,9% do que escuto e consigo me expressar muito bem. Considero então que, pelo menos, em termos de qualificação, não existem restrições para que eu não consiga um emprego razoável por lá, porém durante essas semanas iniciais, pude observar que existem duas restrições para a minha contratação: a primeira é o fato de não estar na Austrália, conversei com várias empresas que demonstraram interesse por minha contratação, e todas elas foram bem claras, se quero seguir em frente no processo de seleção, tenho que estar lá. Isso é válido pelo menos para cargos de coordenação ou de gerência, não sei dizer se para técnicos a realidade é outra. A segunda é o fato de não ter experiência no mercado australiano. Embora nenhuma empresa tenha dito claramente que fui descartado por esse motivo, algumas pessoas que já moram na Austrália, no qual já troquei algumas idéias, foram bem claras sobre importância que eles dão a esse tema.

A primeira restrição é fácil de endereçar, já estou com a passagem comprada e em 20 de abril parto para Sydney. Isso irá permitir que eu não só tenha um contato melhor com as empresas de recrutamento e seleção, mas também com seus clientes (que são realmente as empresas que me interessam J). Já a segunda não tem jeito, tenho que primeiro conseguir um trabalho, pois só assim conseguirei experiência no mercado local.

Existem pessoas que são favoráveis a buscar empregos de menor “nível” do que eles têm no Brasil, e assim conseguir um emprego de forma mais rápida. Também sou adepto dessa estratégia, mas sendo essa última opção. Sei que em vários momentos em nossa carreira temos que dar um passo atrás para posteriormente dar dois à frente, mas minha idéia inicial é ter como alvo empregos que condizem com minha qualificação e experiência atual. Acho que a forma que você programa sua mente tem influência direta em sua postura, comportamento, posicionamento, etc. Se sua própria avaliação lhe coloca em posição inferior, não tenha dúvidas que o verão como tal. Se você disser “sim” a primeira opção de emprego bosta que aparecer, você está aceitando sua inferioridade e traçando seu rumo neste sentido. A princípio vou chegar lá todo fodão :-P , buscando oportunidades e competindo diretamente com profissionais do meu nível, da mesma forma que eu competiria aqui no Brasil, e, se depois de um tempo eu não conseguir nada, ai é só baixar a bola e correr para o plano B, fazendo com que a última opção vire a primeira. Vamos ver no que dá...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Razões para ir embora - Parte I

Existem vários fatores que nos fazem refletir diariamente sobre nossa possibilidade de ir embora ou não do país. Durante vários momentos nos deparamos com situações que nos prendem à nossa terra natal, que nos fazem analisar e ver se a decisão que tomamos foi realmente a mais acertada. Em outros momentos, nos deparamos com fatos que nos fazem querer antecipar ao máximo nossa ida. Esse fim de semana deparei com dois fatos que me fizeram querer arrumar logo as malas.

O primeiro veio de uma conversa com amigo. Ele presenciou e filmou recentemente alguns policiais agredindo dois assaltantes que haviam roubado uma senhora. A captura dos assaltantes foi realizada aparentemente por um policial a paisana, que simplesmente jogou o carro em cima dos suspeitos para então dar voz de prisão. Notem: jogar o carro em cima dos suspeitos e quebrá-los por inteiro não foi suficiente! Mesmo depois de um deles perder muito sangue devido ao atropelamento, os demais policiais que chegaram continuaram espancando seus prisioneiros! E tudo foi gravado no mais alto padrão de qualidade! Agora é só apresentar a filmagem a um jornal e fazer a denúncia, certo? Errado! A filmagem foi realizada de uma posição que revelaria com facilidade o local de sua residência. Quem no Brasil de hoje tem coragem de denunciar policiais revelando quem é e onde mora? Eu não tenho, meu amigo não tem! Temos medo da nossa própria polícia! Fiquei indignado!

O outro fato veio de algo que aconteceu diretamente comigo. Eu estava voltando de uma praia aqui em nosso Estado quando dois assaltantes jogaram uma pedra no vidro traseiro do meu carro. Por muita sorte o vidro não estourou. Quebrou, mas não o suficiente para deixar a pedra entrar. Até ai tudo bem, mais um assalto que eu estaria passando na vida (se não me engano o sétimo), nada mais normal no Brasil. O “pequeno” detalhe é que meus filhos estavam no banco de trás do carro, e se a pedra tivesse atravessado o vidro, provavelmente os teria machucado gravemente! Em uma situação como essa o prejuízo de um vidro quebrado é o menor deles. É a terceira vez que presencio uma tentativa de assalto junto com meus filhos. Ficamos nos perguntando até quando continuaremos tendo sorte. Fiquei mais uma vez indignado!

Num dia a indignação de saber do espancamento de dois suspeitos, no dia seguinte a inveja de não estar lá para poder dar uns tabefes neles também! O que me deixa mais triste nessa situação toda é a banalização da violência no Brasil. O assaltante não está nem ai se jogar um tijolo por uma janela de um carro vai amassar a cara de um menino de cinco anos que dorme no banco traseiro! Talvez seja até essa sua intenção, machucar alguém gravemente para que possamos parar o carro e então sermos abordados! Não está havendo uma inversão na ordem dos fatos? O certo não seria primeiro anunciar o assalto, para só em caso de necessidade machucar ou matar?

A impunidade nesse país escroto é tão grande, que os assaltantes têm plena convicção que podem fazer o que quiser e andar livremente! Que simplesmente podem virar a esquina e fazer o mesmo em outro carro, só que dessa vez amassando a cara de uma outra criança, ou de uma senhora, ou de quem quer que esteja a sua frente!

Saudades dos assaltos de antigamente....

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Os melhores do mundo

Existem diversas áreas hoje que podemos bater no peito e afirmar com orgulho que somos os melhores do mundo. Etanol, por exemplo, nenhum país hoje possui maior índice de utilização de carros bi-combustível que o Brasil. Os demais não chegam nem perto. Na área dos esportes também temos várias áreas de destaque, nossa supremacia no futebol e vôlei é incontestável. Porém, em diversas outras áreas somos sem dúvida os melhores, mas infelizmente não podemos ter orgulho disso. Somos uns dos melhores na cobrança de impostos, nossa carga tributária é a segunda mais alta do mundo sobre salários e terceira no geral. Também somos um dos melhores na arte de complicar, temos hoje a maior carga burocrática do mundo. É sobre isso que quero falar um pouco hoje.

Aqui no Brasil a burocracia existe, pois já partimos do pressuposto que todos são desonestos, que sempre iremos tentar burlar o sistema. E o pior é que isso é fato! Aqui somos preparados para burlar o sistema desde crianças. Minha sobrinha de sete anos nunca tinha feito uma prova na vida até o ano passado. No dia da prova, ao chegar à sala, ela encontra uma professora dizendo: “atenção crianças, vamos organizar a sala para a prova, todos tem que sentar em fileiras intercaladas, guardem o material embaixo da mesa e o mais importante, VOCÊS NÃO PODEM PESCAR heim!!”. A menina nunca tinha ouvido o termo na vida, nem pensado sobre o assunto. Qual a primeira pergunta que ela fez ao chegar em casa? “Papai, o que é pescar?”. O colégio ensinou o que é pescar a minha sobrinha!!!

Imagina essa mesma situação agora com um adolescente e toda sua capacidade de questionar tudo, de sempre querer fazer diferente. Pronto! Você acabou de colocá-lo a prova, estimulá-lo a querer pescar só para se rebelar. Não satisfeitos, criamos não só o estímulo, mas fazemos questão de especializá-los no assunto. Pescar a resposta do colega do lado? Não se pode mais fazer prova com ninguém do lado. Cola dentro do boné? Não se pode usar boné durante a prova. Trocar as respostas com o colega? Provas com versões diferentes e respostas trocadas. Estimulamos a criação de novas técnicas e métodos. Quando eles chegam ao vestibular o resultado não podia ser outro: Microfone escondido, gabarito comprado, documento falsificado. É a criatura voltando-se contra seu criador. Criamos especialistas em colar! Peritos em burlar o sistema! Os melhores do mundo no assunto!

Em um cenário como esse, acho que temos justificativas suficientes para elevar os controles, criar todos os mecanismos possíveis para assegurar que os procedimentos sejam cumpridos. Mas como fazer isso no país do “jeitinho”? “Pô, vamos resolver isso entre nós, para quê seguir os trâmites normais? Vai levar 30 dias até termos a resposta”. Quando vejo minha mulher imprimindo “quinze” vias do mesmo documento para entregá-los a “quinze” órgãos diferentes só para nacionalizar uma mercadoria, pergunto: será que esses “quinze” órgãos analisam efetivamente essa documentação? Tenho certeza que não. Um ou dois no máximo vão ler o documento, o resto só vai arquivar para “cumprir o processo”.

Temos que questionar se o custo da burocracia hoje não é muito maior que o benefício de não tê-la. Temos toda uma estrutura montada para sustentar esse modelo que não funciona, que nos estimula a querer burlá-lo, que nos faz resgatar nosso instinto adolescente para desenvolver técnicas para levar vantagem em cima. Não seria mais fácil tratar da causa do problema em vez de criar remendos para ele? Não seria melhor tratar as questões morais e éticas e nos estimular a fazer o correto? Não seria mais fácil multar e prender os que burlam o sistema ao invés de penalizar a todos? Não é uma tarefa fácil, mas quem disse que o correto é o mais fácil?

“Keep it simple”

domingo, 10 de fevereiro de 2008

A hora de ir

Após conseguir o visto a primeira pergunta que vem a mente é: “E agora?” Estou a anos me preparando para esse momento, foi pelo menos um ano de namoro, estudando e conhecendo o processo até o seu início. Uma vez iniciado, tive mais dezesseis meses de espera até receber a Grant Letter. Durante todo esse período você pensa em todas as possibilidades, opções, estratégias, etc. e parece que tudo isso simplesmente desaparece quando você vê seu passaporte, emitido especialmente para o processo, carimbado com o Class BN Subclass 136 Skilled – Independent visa.


Fudeu, agora não tem mais jeito, resta a você a opção de ir ou de ir. Não existe a possibilidade de desistência, você batalhou demais para chegar até aqui, e por mais que sua vida no Brasil esteja muito bem estruturada (o que é o meu caso), a vontade de mudança, de ser desafiado, de buscar algo completamente novo, fala bem mais alto.


Lá vai você então, simplesmente colocar todas as suas raízes de lado (família, amigos, carreira, modo de vida) e começar tudo do zero. Nessa hora é que você vê que a questão material não tem a menor influência na sua vida. Carro, apartamento, móveis, eletrodomésticos, nada disso importa, a única energia que você despende pensando nesses itens é definindo a melhor forma de se livrar deles. Já quando falamos de raízes a história é outra. Quando você pensa que estará longe de casa quando seu melhor amigo casar, que você não estará lá para ver sua cara de desespero, ou felicidade, na hora do “sim”. Quando você imagina que não terá mais os almoços aos domingos na casa da mamãe, almoços estes que você aproveita não necessariamente para “conversar” (isso podemos fazer por skype, messenger, emails), mas para “estar”, para ter contato, carinho, um abraço, um beijo. Quando sabe que não verá mais seus filhos brincando e crescendo junto dos seus “priminhos”... é nessa hora que a garganta aperta.


Tudo se trata de uma troca, no fundo você avalia o que você ganha e perde em uma situação como essa. O lado racional lhe dá milhões de motivos para ir, fugir da violência, corrupção, educar melhor seus filhos, qualidade de vida, etc. e praticamente nenhum para ficar. Assim, você logo vê que o conflito é quase que totalmente emocional, pois se trata da adrenalina e desejos pela ida contra as dores da partida. Mas, como disse antes, não há a opção de não ir e o lado emocional não tem como ser medido, não podemos colocá-lo na balança, somente temos que aceitar a realidade da partida. O futuro é incerto, mas não podemos nos arrepender por não fazer, e se ao chegar lá, encontrarmos uma realidade pior do que esperávamos, não tenho dúvidas que a opção da volta sempre estará presente, afinal suas raízes sempre existirão.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Sou brasileiro

Umas das piores sensações de se tornar um emigrante vem do conflito gerado entre o fato de ser brasileiro e a influência deste fato nas inevitáveis comparações entre o nosso país e os de primeiro mundo. De uma hora para outra você começa a visualizar uma série de defeitos em seu país. Não que você não os visse antes, mas eles começam a te incomodar mais. Acho que isso vem do fato de já estarmos acostumados com esses problemas, e ao realizar que não teremos mais que conviver com eles no futuro, ficamos com vontade de nos livrar logo deles. Como não podemos, acabamos comparando, e pior ainda, reclamando.


Pronto então! Ir embora do país resolve todos esses problemas!! De uma hora para outra não temos que ouvir mais as mentiras descaradas do nosso presidente, não temos mais que parar no sinal e implorar para que aqueles homens mal encarados não limpem seu pára-brisa com água suja, não temos mais que lidar com a situação de ver seu filho de cinco anos presenciar um assalto e ficar completamente traumatizado por isso. Puf! Tudo simplesmente desaparece! Estou certo em fugir dos problemas em vez de tentar resolvê-los?


Essa é uma pergunta muito complicada de se responder, pois na minha concepção não estou fugindo do problema, estou tentando buscar solução para melhor enfrentá-lo. Sou adepto da crença que uma pessoa não muda um país, a mudança só é realizada por seus residentes. Se todos fizerem a sua parte, por menor que seja, o país se transforma. Eu não tenho como entrar em cadeia nacional, fazer um discurso e da noite para o dia mudar os valores e modo de vida dos brasileiros. Ninguém tem esse poder. O que eu posso fazer para acabar com a miséria? Assegurar que minha empregada tenha um salário justo, o melhor que eu possa pagar. O que eu posso fazer para acabar com a corrupção? Não me corrompendo, sendo honesto, e assegurando que meus filhos também sejam (se é que tenho esse poder). O que posso fazer para reduzir os impostos? Pagando todos eles em dia, exigindo nota fiscal e tentando minimizar a informalidade. São ações simples, muito simples para uma pessoa, mas complicadas demais para serem implementadas em larga escala.


Uma das minhas principais motivações para emigrar para a Austrália é justamente cumprir uma dessas pequenas tarefas. Quando vejo adolescentes de pais honestos me questionando porque que eu não dei dinheiro para o guarda para me livrar de uma multa de trânsito, noto que a corrupção está presente na cultura dos brasileiros. A “Lei do Gerson” geralmente fala mais alto, e isso é o tipo de coisa que não podemos negar. Ah se os políticos roubam, vamos roubar também! Para que pagar impostos se eles vão embolsar tudo? As vezes me questiono se o brasileiro é corrupto por causa dos seus políticos ou se o contrário, estou cada vez mais convencido que os políticos são o reflexo de sua população. Quando vejo cargos públicos sendo negociados entre partidos de forma escancarada e isso sendo noticiado no Jornal Nacional sem causar a menor indignação nos telespectadores (nem mesmo nos jornalistas), vejo que todo brasileiro acha tudo isso normal. Aqui o interesse do individual sobre o coletivo sempre fala mais alto.


O fato de eu ser brasileiro e ter orgulho disso não quer dizer que eu tenha orgulho de tudo que os brasileiros fazem. Quero, através dessa mudança, justamente poder mostrar para os meus filhos uma outra realidade, mostrar um país que funciona, um país onde pedágios não tem caixa, você enquanto motorista é quem anota os pedágios que passou para pagar depois. Que o governo sabe que todos vão pagar, e que se isso não acontecer, não haverá impunidade, onde os desonestos são efetivamente penalizados. Dessa forma espero que meus filhos ao retornarem para o Brasil, tenham uma referência, tenham senso crítico e condições de, não só questionar a “Lei do Gerson”, mas se indignar com ela. Assim quem sabe eles ajudarão a transformar o Brasil.

Comprando passagens

Acabei de chegar do banco, estou vendo os tramites necessários para fazer o pagamento da passagem aérea. Uma das opções que estou analisando é a compra da passagem através da IOM (International Organization of Migration). Eles conseguem subsídio e elevam o peso de bagagens que podemos levar para a Austrália. O subsídio é considerável, para efeito de comparação, o menor valor que consegui diretamente com as companhias aéreas foi de USD $ 1700 e pela IOM o valor foi de USD $ 1210. Não é muito não, mas para pessoas com meu perfil, que possuem esposa e dois filhos, sai ai uma economia de USD $ 1960.

Bom, até então estava tudo as mil maravilhas, passagem reservada, ordem de pagamento (da IOM) emitida, faltando apenas realizar a transferência do valor para a conta deles (na Austrália), foi quando fiz essa infeliz (mas necessária) visita ao banco. No Brasil, além da tarifa normal que os bancos cobram para realizar a transferência (R$ 150,00 no Itaú) é cobrado de 15 a 17% de imposto de renda sobre esse tipo de operação. UM ABSURDO!!! Já não basta o imposto que é descontado na fonte, ainda tenho que pagar por ele de novo?!?!?!?! Não entendi! Bem que o cara da IOM falou, eu não acreditei, mas ele me alertou, veja trecho do email que ele me enviou:

“You can also wire money from your bank in Brazil to Australia, but from my memory transferring foreign currency will incur very high tax in Brazil (around 17% - you need to check with your bank)”.

Realmente achei que a memória dele não fosse tão boa assim, afinal, o que justificaria essa taxa? Achei errado.

Indo as contas no final sai elas por elas, vejam:

- USD $ 1210 (passagem SP-SYD + taxa IOM)
- USD $ 75 (taxa do banco)
- USD $ 205 (IR)
- USD $ 218 (passagem FOR-SP)

Total: USD $ 1708

Sem contar que pagando via transferência não converte os dólares em milhas do cartão, o que pode ser muito útil nesse período de viagens.

Para o meu caso então, a melhor opção será a compra de passagens diretamente com a companhia aérea, pois o custo é o mesmo, e qualquer problema que eu venha ter resolvo aqui pelo Brasil mesmo. Para o caso do resto da minha família que irá depois, posso analisar a possibilidade de usar a IOM, uma vez que posso movimentar os valores para lá sem a necessidade de pagar imposto de renda – neste caso a remessa de valor cai em uma categoria (transferência de patrimônio) que é isenta de IR e IOF.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Carnaval 2008

Mal acompanhei o carnaval carioca esse ano. Normal. Por mais lindo que seja e, mesmo eu sendo carioca, nunca acompanhei os desfiles das escolas de samba. Sei que sou Mangueira, não me pergunte o porquê. Torço para essa escola, assim como para o Flamengo, também não acompanho futebol. Acho que apenas adotei o padrão de todos os cariocas.

Uma coisa que me chamou atenção esse ano foi a importância dada as atrizes globais que desfilam como rainha da bateria. A impressão que tive é que o destaque dado a elas foi maior que o dado aos desfiles propriamente ditos. Não tenho a menor idéia de qual o enredo deste ano da Grande Rio, mas sei que a Grazi brilhou como rainha da bateria. É impressionante! A opinião dela sobre o desfile da escola é mais importante do que a dos carnavalescos e especialistas mais renomados do Brasil. Sempre que eu abria os sites de notícia durante o carnaval, raramente via manchetes como “Samba-enredo da Beija-Flor aborda Angola e empolga o público”, mas manchetes como “Passista usa tapa-sexo de 4cm” ou “Ex-BBB estréia como rainha da bateria” estavam sempre lá. Abriram mão de abordar a importância do tema e do folclore brasileiro para falar que a Luiza Brunet continua linda aos 45!

Não sei se sou eu que estou ficando velho aos 30 anos, ou se a futilidade que está cada vez mais presente na nossa sociedade. De vez em quando me pego lendo “Aline Moraes termina com Sérgio Marone” ou “Cachorro da Suzana Vieira é atropelado”, porra! Que merda é essa? Para que diabo estou perdendo meu tempo com isso? É como se fosse um negócio contagioso, se você não se policiar você entra totalmente no esquema e se pega discutindo com seus amigos que um BBB assumiu sua homossexualidade durante o programa, que as celulites da Daniella Sarahyba foram mostradas na praia ou que a Britney Spears foi flagrada de novo sem calcinha!!!!

Um exemplo claro disso é a “grande fase” que a música brasileira e mundial vem passando. Minha mãe cresceu ouvindo Beatles e Chico Buarque, na minha época eu ouvia Legião Urbana e Pink Floyd, hoje meus filhos escutam Tati Quebra Barraco e Paris Hilton! E o pior é que vende muito, muito mais que os verdadeiros artistas que buscam criar algo realmente de qualidade. A culpa é do povo? Não sei, mas acho que acabamos sendo influenciados por quem promove essas bandas ou notícias. Num dia temos três moleques desafinados e muito sem graça morando na casa dos pais, no outro temos o KLB estourando em todo o Brasil, atraindo milhões de fãs justamente porque um empresário resolveu promover seus sobrinhos como astros da música. É um negócio intuitivo, somos bombardeados com a presença dos caras na internet, televisão e rádio e acabamos aceitando a nova sensação do Brasil.

O mesmo acontece com as notícias, se ao abrirmos um portal vemos várias notícias espalhadas pelo site, qual que intuitivamente iremos ler? As que estão em letras garrafais bem no centro da página! Assim, deixamos de ler sobre a farra dos cartões de crédito no Governo Federal para ver a Sabrina Sato desfilando de biquíni em Ipanema. Vocês já acompanham o portal da Folha Online? Se entrarem no site verão que há um ranque das notícias mais lidas do dia. Adivinhem qual a coluna que está sempre entre as TOP 5? A Zapping – coluna de fofoca do portal.

Acho realmente que vou resolver ficar velho aos 30, assim posso simplesmente adotar os discursos do meu avô e dizer: “É... não se fazem mais bandas de rock como antigamente...” ou então “na minha época o carnaval não era assim não...”.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Meu nome é Bindi, Eduardo Bindi

Nossa! Nada mais egocêntrico do que escrever sobre você mesmo! Logo me pergunto: “Quem você pensa que é para achar que alguém irá querer ler algo sobre você?” A resposta é simples: não tenho a menor idéia. Só achei muito estranho criar um blog começar a escrever sobre uma série de assuntos sem antes ter uma apresentação “a altura”.

A verdade é que eu sou uma pessoa completamente normal e isso é extremamente chato! Não tenho coisa nenhuma interessante para falar de mim, se eu fosse publicar minha auto-biografia estaria fodido, não iria vender nada, aliás, não ia conseguir escrever nem mesmo 10 páginas com conteúdo interessante suficiente para prender atenção de eventuais leitores. Não sou astro de rock nem mulher de político, não tenho nenhum artifício para conseguir vender uma cópia. Minha mãe com certeza compraria um volume, iria ler tudo com toda a atenção, meu pai não, ele provavelmente iria pedir para minha mãe dar uma resumida básica nos pontos mais interessantes. Ah! Minha mulher também iria comprar, leria tudo nem que fosse na base da porrada! Quem vê pensa que eu mando alguma coisa em casa, sou barriga branca total, panda de carteirinha, quer algo mais normal que isso?

Além de não haver muitas curiosidades a meu respeito, sou péssimo contador de histórias, minha mulher fica puta quando vou contar alguma coisa, pois resumo tudo em uma ou duas frases. Embora minha vida não seja tão interessante, sem dúvida existem pontos nela que são extremamente belos, como a conexão que tenho com meu irmão gêmeo, Paulo. É engraçado, somos bem diferentes em ações, nos modos de lidar com a vida, mas nossa essência é a mesma. Acho que a melhor forma de expressar isso seria dizendo que somos pessoas muito parecidas por dentro, mas nossos corpos traduzem isso de forma totalmente diferente para o mundo.

Além dele tenho também uma irmã caçula, a Nana, quatro anos mais nova, quatro anos que mais parecem 40. Não tem jeito, vamos estar com sessenta anos de idade e ainda vamos olhar para ela como nossa irmãzinha, que precisa do colinho do papai e da mamãe e da proteção dos irmãos mais velhos. Falando nos meus pais... é injusto falar deles, qualquer coisa que eu comente não traduzirá a realidade, eles deviam estar em uma moldura, apenas para serem contemplados, são intocáveis, representam o amor mais puro e a melhor referência que podemos ter na criação de seus filhos.

Quer falar de mim, fale dos meus filhos, pois eles são minha vida. Não sei se é correto falar que eles são minha vida, afinal fisicamente eu sou eu, meu corpo não é o deles, mas sem dúvidas afirmo que eles são minha razão de viver. Não tenho como resumi-los a um parágrafo, irei fazer posts futuros exclusivos para eles.

O melhor, claro, a gente sempre deixa para o final! Não é meu amorzinho querido? Trata-se da revisora oficial dos meus textos que irei publicar no blog, Ana Paula, minha mulher. Ela não representa nada na minha vida não, é apenas o lado esquerdo do meu corpo. Sem ela eu seria manco. Sei que algumas coisas eu faço muito bem, mas sou péssimo em outras. Nessa hora quem está lá para me socorrer? Adivinhem? Acho que essa é a razão de nossa felicidade, juntos representamos uma unidade.

Bom, falei tudo e não disse nada! Nenhum fato! Não disse que meu irmão é arquiteto, que minha esposa trabalha com comércio exterior, que meus filhos tem 13 e 5 anos! Nenhum detalhe! Não demonstrei aqui a forma com que vocês os vêm, ou querem vê-los, mas sim como eu os vejo. Sentimento puro, família, base, raízes. Acho que é isso que vocês podem esperar de mim ao ler esse blog, tentarei demonstrar aqui a forma no qual eu vejo o mundo, meus sentimentos e experiências, principalmente as relacionadas com uma grande mudança que estar por vir, que é minha mudança para o outro lado do mundo, para um país chamado Austrália.

Quem é Eduardo Bindi? “Diga-me com quem andas...” É através deles que vejo o mundo, sabendo quem eles são e o que sinto por eles é a melhor forma de saber quem eu sou. Espero que se divirtam com o blog, e se não gostarem, tenho certeza que minha mãe vai adorar!